Para quem não conhece a nossa HISTÒRIA ai vai novamente....
abraços
LENA BORGES E FAM
SC
________________________-
MEUS FILHOS SÃO
ESPECIAIS E OS SEUS?
Este será o título do
livro que ainda escreverei, pois a vida muito tem me ensinado e mostrado que
todos os filhos são especiais para seus pais.
Me tornei mãe em
1995, aos 23 anos de idade de um menino chamado LORENZZO, hoje com 14 anos e
cursando o 1º ano do Ensino Médio.
No ano de 2005
resolvemos que já estava na hora do
Lorenzzo ter um irmão ou irmã. E assim engravidei em novembro de 2005. No dia
11 de agosto de 2006 chega ao mundo o nosso tão esperado FÁBIO. Muito esperado
mesmo, pois o Lorenzzo já estava com 11 anos de idade. Na sexta feira, 11 de
agosto fomos para o Hospital Regional de Araranguá, cedinho, pois a cesárea
estava marcada. Lá estávamos nós :Eu, o papai ansioso Alessandro, o mano Lorenzzo,
a vó paterna Ivone e a incansável Tia Marli (minha irmã amada que muito
representa para mim, pois esteve presente nos melhores e piores momentos de
minha vida). Bem fui para a preparação da cesárea, sempre acompanhada de minha
irmã Marli. E o Fábio nasceu, lindo, cabelos arrepiados, boca rosada ....que
saudade do nosso pequeno.....nasceu com 3.220kg, 50 cm, as 7:10 da manhã.
Desde o momento que
ele nasceu minha irmã percebeu que havia algo errado com ele, algo diferente.
Chamou a pediatra e falou para ela o que ela, minha irmã estava percebendo.
Refizeram aqueles testes que são feitos na sala de parto, e ficou concluído que
estava tudo bem, até teve apgar 9 e que a preocupação de minha irmã não
procedia.
Quando fomos para o
quarto , embora minha irmã não tenha falado nada, também percebi que ele era
diferente, minha mãe também notou....mas ninguém comentava com ninguém. No
sábado falei com a pediatra que eu suspeitava que ele tinha Síndrome de Down,
ela descartou a suspeita e falou que minha irmã também havia falado a mesma
coisa.
Recebemos alta no
domingo, dia dos pais, o Alessandro todo feliz. No quinto dia após seu
nascimento achei-o meio estranho, dormia muito, não havia feito xixi ou coco,
então minha sobrinha Franciesca (que muito estimo, sou madrinha do seu filho e
ela é madrinha do nosso Lucas, e a tenho como irmã ou até filha) chegou em
nossa casa, deu um banho no Fábio e nada dele reagir. Chamamos minha irmã Marli
que deu outro banho, e falou que ele iria ser levado ao Hospital. Meu esposo e
minha irmã então foram com Fabio para o Hospital. Só no segundo dia no
Hospital, e por insistência de minha irmã fomos a Criciúma fazer um ultrassom
do coração do Fábio. Para nossa surpresa ele tinha um grave problema no
coração, HIPOPLASIA DO LADO ESQUERDO, ou seja, o coração dele não
desenvolveu-se, mas até o momento não tínhamos diagnostico nenhum, de SD. No
caminho mesmo minha irmã já agilizou a SAMU pois o Fábio deveria e foi removido
para o Hospital Infantil Joana de Gusmão em Florianópolis. Chegando lá a
primeira coisa que falaram para o meu marido era que ele era portado da SD.
Então foi assim que
soubemos que nosso pequeno anjo era portador de SD e que passaria por uma
grande cirurgia em seu pequeno coraçãozinho, cirurgia esta que era muito
delicada e difícil. Quando o Fabio estava com 14 dias foi realizada a cirurgia
e infelizmente sem sucesso. O Fábio veio a falecer na UTI do H.I.J.de Gusmão no
dia 25 de agosto de 2006, as 21h. Uma nota importante que até então a questão
da síndrome não nos preocupava, pois o que queríamos era que ele saísse bem na
cirurgia e o resto a gente o estimularia e o levaria a ter uma vida perfeita.
Mas o Fábio não veio para ficar conosco.
Quanta dor sentimos,
ver nosso sonho de desmanchando em minutos. Mas não podíamos desistir da vida.
E fizemos acompanhamento com a geneticista que nos explicou tudo sobre SD e que
nós deveríamos ter outro filho logo, já que eu já estava quase com 35 anos.
Assim engravidei em maio de 2007.
“...chegar onde não se sabe. O que se
procura virá no que se encontrar. O tempo é apenas um acaso,” Kelen Fernandes,
Alguém como você.Editora Scor,2006.
Em agosto de 2007 fiz
o exame de translucencia nucal que deu alterado....passamos por 2 dias de luto,
porque não queríamos ter outro filho com deficiência, o medo da perda do Fábio
ainda era grande em nós, pois fizemos o exame no dia 09 de agosto, 02 dias
antes do dia 11, dia que o Fábio completaria 01 ano de idade. Assim apo´s 02
dias de extremo luto resolvemos que íamos aceitar nosso filho como ele fosse,
mas nosso maior medo era ainda que fosse
outro tipo de síndrome ou que tivesse problemas cardíacos. A gravidez foi se
desenvolvendo e todos os ultrassons, dos mais modernos, davam que estava tudo
ok que nosso bebê não tinha problema nenhum. No penúltimo ultrassom, o médico
ao fazer o ultrassom percebeu algo diferente, distancia orbitária, prega nucal
alterada. Ele mesmo ligou para nosso obstetra e falou que ficou preocupado com
o exame. Assim nosso obstetra achou melhor que fossemos a Florianópolis fazer
novos exames. E assim no dia 31 de maio de 2008, lá estávamos nós: eu, Lucas
(na barriga), papai Alessandro e tia Marli. Chegamos a Florianópolis e já procuramos uma obstetra de gravidez de
risco que após a consulta nos encaminhou para o melhor centro de ultrasson neo
fetal. O médico fez o ultrasson e disse que estava tudo perfeito. Mas mesmo
assim resolvemos já marcar a cesárea lá, visto que não sabíamos mais se
deveríamos confiar nos ultrasson. A obstetra então marcou a cesárea para o dia
15 de fevereiro de 2008, sexta feira na Maternidade Carmela Dutra.
Outra vez no dia 15,
lá estávamos nós: eu, Lucas (na barriga), Papai Alessandro e tia Marli. O
Lucas, manezinho da Ilha nasceu as 9:20mincom 49 cm e 3.180kg. Ao retira-lo da
barriga a obstetra falou para o assistente (acho que pensou que eu não ouviria) síndromico.
Apesar d eouvir que ele teria uma síndrome não me desesperei ao
contrário logo pensei que seria SD, e quando a obstetra me mostrou ele eu
falei:- seja bem vindo LUZ DE DEUS. Pois
Lucas significa luz de Deus.
Quando as pediatras
me trouxeram ele, nem deixei elas falarem que ele tinha a SD já comecei a
perguntar se ele tinha características nas mãos, nos olhos etc....afinal eu já
tinha lido muito sobre SD.
Em nenhum momento choramos pelo Lucas ter
nascido com SD,mas como as características dele não eram muito eminentes, no
fundo do nosso coração tínhamos a esperança que o exame (que demorou uns 30
dias o resultado) daria negativo. E é claro que passou pela minha cabeça por
que comigo, como repetiu, etc....
Uma das pediatras me
disse: -repetir a SD é como tirar uma
loteria. Ao que respondi:-não,ele é
um presente de DEUS.
E assim nossa vida mudou bastante, pois desde os 3 meses ele
começou a fazer fisioterapia, fono .Buscamos estimulá-lo da melhor forma
possível. Agora ele entrou na escolinha. Através de livros, da Internet sabemos
que através da estimulação e do amor é que teremos sucesso. Vimos muitos
adultos com SD na faculdade e sabemos que o Lucas faz e fará tudo o que as
outras pessoas fazem, talvez com um pouco mais de lentidão. Confesso que muitas
vezes tenho medo do futuro. Mas também sabemos que não existe missão sem
importância. E segundo Kelen Fernandes, autora do livro ALGUEM COMO VOCE “ Todo
vento sempre traz algo novo e tudo precisa ser aproveitado.” “ É necessário ter
paciência e muita perseverança porque nem tudo floresce na primavera.”
LENA BORGES ALVES LEITE
Mãe do Lorenzzo, 14 anos
Do Fábio, sd, que faleceu com 14 dias em 2006
Do Lucas,sd, 1 ano e 4 meses.
As crianças
que chegam com deficiência confundem o pensamento dos pais, que se chocam e
perguntam a Deus por que aconteceu com eles. Mas, na verdade, elas são a glória
de Deus. A glória de Deus é colocada naquela criança, para que contagie a
todos. Esta criança dá a sua família a glória de Deus. Então, cada um que
contribuiu, recebeu esta glória também”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário