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sexta-feira, 4 de março de 2011

 Desabafo de mãe....

 Ao constatar que meu filho é deficiente, revoltei-me muitas vezes,
 questionando por que Deus teria me dado tamanho fardo. Não queria nada
 de
 "ruim" para mim, não conseguia enxergar naqueles primeiros momentos
 nada
 além da dor. Não "escolhemos" ter um filho excepcional (Down). O
 sofrimento,
 as alegrias acabam por nos mostrar que escolhemos sim, mesmo que
 conscientemente não tenhamos a capacidade para perceber tal escolha,
 ela é
 designada por Deus ao colocar em nossas mãos tais responsabilidades.

 Descobrimos com o passar do tempo que somos escolhidos para um
 trabalho,
 além de tudo que possamos imaginar, que transcenda uma transformação
 pessoal
 de humildade, luta e crescimento. Somos forçados a nos envolver com o
 outro,
 saindo dos meandros de nós mesmos. A tarefa se torna dura, pesada e
 conseqüentemente resultiva, desde que nos leve a um aprendizado
 constante,
 onde crescemos como mãe, como pessoa, enfim, como sujeito, ou posso
 dizer
 crescimento até mesmo moral e espiritual, já que aprendemos a respeitar
 os
 limites e capacidades do outro. Mas é claro, onde buscamos o equilíbrio
 do
 que podemos ou não. Nesse ínterim, às vezes acertamos, algumas erramos,
 só
 não nos damos o direito de deixar de fazer nossa parte, principalmente
 acreditando na capacidade do ser que é colocado em nossas mãos.

 Tivemos que reaprender tudo, desde esperar, "brigar", calar e perdoar.
 Reconhecer os erros, mesmo que errássemos novamente. Foi assim, caindo,
 levantando e tropeçando que fizemos o caminho até aqui.

 Sei que nós pais de deficientes temos muito a fazer, não só com nossos
 filhos, temos a responsabilidade de mudar o mundo, ou não seria de
 melhorá-lo? E esta não será uma tarefa fácil, devemos arregaçar as
 mangas e
 começar mesmo que ainda pensemos que seja tarde demais ou não
 adiantasse
 muito...

 Adianta sim, somos ferramentas fundamentais para que ocorram as
 mudanças no
 contexto onde estivermos, podemos ajudar sendo sujeitos de
 transformação.
 Ouviremos muitas vezes críticas, ou ainda pessoas há nos desanimar, o
 caminho se torna às vezes árido, cabe a nós, nos refazermos para
 continuar
 aprimorando a jornada.

 Direciono meu desabafo as mães que usam o luto como forma de justificar
 sua
 incapacidade de enfrentar seus medos....

 Yara Milene, mãe de Flávio que tem a Síndrome de Down, hoje com 21 anos

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